Meus velhos olhos escuros

O ar me entra nos pulmões
e gela a última gota de esperança que trago
Hoje te olhei nos olhos,
depois de muito tempo...
não reconheci aquele estranho brilho,
tão conhecido meu...

Levantei, depois de alguns dias de sono
me toquei, vi no espelho uma imagem que já tinha me esquecido
pronunciei palavras, as primeiras quase gritei
pus os pés no chão, ele parecia girar
aos poucos me reacostumei com minhas formas
me lembrei de como respirar e de que o coração bate sozinho

foi estranho ser eu de novo
me esqueci de tanta coisa...
e confesso, esperava acordar em outras dimensões

mas enfim, eu estava ali, diante daqueles velhos olhos escuros
eu havia sido guspida da escuridão daqueles olhos
ao longo da vida, essa escuridão à mim se tornou comum

mais uma vez eu tinha a opção:
encarar aquele olhar ou ser engolida novamente por ele?

-Eu opto por viver!

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escrevo enquanto o café esfria, o tempo passa lentamente, a música toca, as lágrimas quase escorrem, as idéias giram em minha cabeça como num furacão de pensamentos.

Verdades crueis

O mendigo acuado debruça-se sobre o prato.
As pessoas passam... nem o notam, nem se importam. E as que notam o olham com despreso, acusando aquele pobre homem sem história de borrar a paisagem cinza da cidade. Ele percebe os olhares acusadores e se envergonha, e os que deviam se envergonhar, seguem, com seus narizes empinados, suas roupas limpas, e seus corações de pedra.

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eu sou um pássaro me trancam na gaiola e esperam que eu cante, como antes eu sou um pássaro me trancam na gaiola mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito